sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Por aí...


Por aí...

Quem me manda?
Foi um camarada que veio e que vai, nunca pede informação, segue adiante. Ele é mais ou menos assim...
E eu continuei no caminho com a sensação de que não tinha ficado menos torto.
Meu olhar é que é torto ou o mundo que está na diagonal??
Só quero um pouco de pouco.
Muito já me satura, já me enche de nada.
Esse olhar é um instante pelo qual poucas pessoas passam,
Mas ainda assim há pessoas.
Para onde?
Por ai...
Me diga. É?
Ninguém diz.
Todos andam, andam, e preferem ficar quietos.
Por quê?
Tudo, tudo. Eu não.
Vou caminhar. O mar me chama.
Vou mergulhar nesse pouco que me resta.
“Pra quê?”
Pra ver se algum dia acho a tal.
A famosa...
Essa que chamam de simplicidade.


Daniel de Lima Fraiha 21/11/2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

CRÔNICA DE UM PASSADO QUE JÁ PASSOU


E A MÚSICA?


"Ao se lvantar, o menino não se sentia em pé, não ainda. Naqueles dias faltava-lhe algo. Talvez uma muleta, talvez o equilíbrio ou talvez uma certeza.

Os carros passavam pela rua buzinando, criando aquele estorvo mental; uma metáfora sonora. O barulho de fora era tão menos ensurdecedor... O de dentro é que lhe deixava tonto. As buzinas do corpo são tão altas que as vezes cegam.

- Que você tem, menino?

- Nada não senhora.

E a mente raciocinava. "Nada", era isso que ele tinha, exatamente. Queria tudo, mas sentia-se sem nada. "nada não senhora". Nessas horas o bem-te-vi diz que é melhor cantar, pois qaundo ele canta, pára de raciocinar e comça a sentir, e quando isso acontece, "tenho alguma coisa sim senhora".

A agonia do corpo distante lhe fazia de zumbi e sem noites os dias eram sem cor, mas quando a música vinha em sua direção, o dia clreava e ficava colorido, o cansaço da não-noite sumia em segundos, e, "tenho alguma coisa sim senhora".

- Você quer cantar?

- Quero, eu acho - ela respondia com o olhar de quem anda sem voz - Mas a minha voz...

- Por que não me acompanha? Eu começo a cantar e você me segue.

- ...

A música depende de um monte de coisas, se os instrumentos não estiverem afinados a platéia pode não gostar. O mundo precisa de muletas.

- Eu ando sem equilíbrio.

- Nós.

Por que não selava-se a música? Um encontro tão simples, sorrisos musicais em colapso. O mundo precisa de certezas.

E ele andava sem rumo, e ela andava sem saber qual rumo seguir. Os pássaros criavam a trilha sonora do filme ainda não filmado, dos corpos não selados, do beijo não acontecido.

A música seguia... onde estavam os cantores? Acho que no camarim, o espelho ainda não dissera para que entrassem em cena."

Daniel de Lima Fraiha - 09/10/2007


Pois é, acho que faltava afinação...