Ameaça areia todo dia, de noite pede só um beijo de boa noite.
O mar é indeciso e não cabe em janela.
O mar é minha alma.
Cheio de incertezas, azul de tão escuro.
Sem medidas.
Um corpo é muito bom,
Alma é injulgável.
O acorde entoado no ouvido de um sem-razão,
me fez corpo, alma e coração.
Vi e ouvi.
Haja música...
A música do alto mar é ópera.
É forte, de caule.
Em vôo aquático eu escolho minhas asas.
Eu não caio, danço...
Ao balançar desse azul, a música emana.
O espírito dançante voa rente às águas,
Sem comando, meu corpo sacode singular.
A disritmia progressiva abriu meus lábios, e, agora,
È deles que sai a linda música...
(Daniel de Lima Fraiha – 06/11/2007)