terça-feira, 16 de junho de 2009

Airbus pós-moderno

É... lidando com isso que eu vou arremetendo. Não é assim? Desce e decola? A vontade é de todo mundo que anda, ou o andar é de todo mundo que tem vontade? Mas que perguntas bestas. Tudo uma tentativa de floreio.
Um camarada na rua me pergunta "qua horas são?", apesar do relógio no pulso, porque eu haveria de saber? essa volta de ponteiro perdeu qualquer sentido ou simbologia, a volta agora é de cada um, cada um com seu ponteiro e suas doze marcações, mais curtas ou mais longas, depende do estado de espírito.
o avião caiu e o mundo se diz parado, mas os onibus continuam cheios, os olhos continuam vazios e o asfalto não esfria. É o calor mais frio que já houve. Essa tempestade de ferro velho, desejo de não-estar, projeção de tantos não-eus.
Afeta quando podia ser... mas e ai? se resume a isso mesmo né... C'est la vie. Interests.

Aterra há de aterrissar,
quando em si, em mesma, puder ver Terra
o pé descalço na calçada, a maçã rolando a rua
a estrada que é pouco pó,
o vazio que canta vento.

Interesse é rotação,
Translação é internacional
depois dali, depois de cá
fronteiras e muralhas,
vontades que me são

Esse desejo mundano de pós-andar não atinge.
O sol já chegou faz tempo,
E eu insisto em acender a luz...