quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Müllers e Funkeiros

Um leve lembrete da mãe lingua:
- Não tentem me dominar. Vivo dentro de suas bocas, mas meu universo passa por lugares ininteligíveis.
Pois é... Foi proibida a expressão de medo ou o efeito de terremotos. Não trema, com o português não há problema. Regalias concedidas apenas a alguns poucos Müllers.
Dizem por ai que numa cidadezinha da alemanha está se criando um clamor revoltoso, um neo-idealismo (ou neoidealismo?) baseado no Manifesto Tremista, um novo Marx estaria surgindo por aquelas bandas. Agora sob a alcunha de Müller. Reclamam que seria uma espécie de eugenia linguistica o que os estudiosos do português estão fazendo. Quanta ironia...
O cidadão que escreveu o manifesto, nas suas raízes germano-brasileiras diz que já as linguiças parecem ter ficado sem sabor, a frequencia se tornou monótona e até a tranquilidade anda meio turbulenta. "Tremas do mündo, üni-vös!" fazem coro os revoltosos tremistas, e dizem que enquanto não for selado um acordo bilateral, se empenharão em tremar (ou tremer) todas as letras "u" que encontrarem pela frente. As autoridades brasileiras já estão em alerta. A defesa civil entrou em ação e anda distribuindo cartazes informativos e auxílio defensivo pelas cidades.
Mas o que mais preocupa as autoridades é a adesão da classe funkeira, que tem grande força no cenário nacional, ao movimento tremista, o que tornou o maior desafio ser como proteger os monossílabos traseiros, que a toda esquina e instante são incentivados a tremer.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Divagações perigosas...

“Entre outras mil és tu Brasil”. Será? Não digo isso de forma antipatriótica, no caso é uma citação onde o sujeito é desimportante. Poderia ser qualquer outro. Mas há isso? Essa coisa de entre todas é só você? Falta-me olhar o menu, todo dia variamos nossas refeições. Todos nos dizem o quanto a diversidade é saudável. Mas no mais básico crescemos com princípios de uniformidade. Não nego que seja apegado a tal valor. Mas será que num mundo outro, regras outras ou sem regras, eu sentiria isso? Poderia haver uma convivência múltipla em harmonia?

Em que valores hei de sustentar tal olhar,
Se em vão vagou por todas as terras
E, dentre todas donzelas
Não manteve o sonhar?
É difícil esse escolher que todos pedem, esse uniforme de padrões, quase uma atitude escolar das emoções. Na arte e no pensamento somos tão diversos que nos contradizemos sem por isso ficarmos menores. Crescemos na nossa própria diversidade. Por que haveria de ser diferente com nossos sentimentos? A evolução está aí. Quem sabe no futuro não sejam admirados, como são os poliglotas e os ambidestros, também os polígamos?